A alma tem a forma que tu lhe dás...
Sei. Sei que sim. Sei que tens medo. Consigo vê-lo… sinto-lhe a presença, à tua volta, abraçando-te, sufocando-te, dando-te uma falsa sensação de segurança, de fortaleza inabalável, de certeza. “Nada me toca, nada me fere. Porque deixei de sentir há muito tempo…” Não imaginas o quanto essa ilusão te engana… esse muro que construíste à tua volta apenas te tolda os sentidos, não te deixa viver, experimentar, sofrer… Mas tu sabes. Fora desse mesmo muro, está tudo aquilo que te espera. E que não podes evitar… Que irá sempre ao teu encontro, estejas onde estiveres. Porque há coisas que fazem parte da nossa história… passada, presente e futura. E não a evitas, nem afugentas, muito menos apagas. O medo que deixaste que se chegasse a ti envolve-te de uma maneira que sem ele sentes-te frágil, insegura. É estranho… um verdadeiro paradoxo. O medo que te abraça é o mesmo que te dá força. Será possível isto…? É. Deve ser. É tal e qual isto que vejo.
Se eu te pedir para deixares de ter medo… deixas? Por ti. Espero o dia em que te verei a sorrir, a SORRIR, sem medo de arriscar, sem medo de perder… Sem medo de ganhar algo. Porque há coisas que nos encontram e nunca mais nos abandonam. Coisas Boas. E é por essas que vale a pena despirmos a máscara, baixarmos a guarda, … abrir os braços, abrir a alma. A alma tem a forma que tu lhe dás. Que tu a deixas ter…